POR LAMECK VALENTIM
À medida que o ano chega ao fim, não podemos evitar a reflexão sobre as experiências vividas, os relacionamentos construídos e, é claro, aqueles que se desfizeram. Neste ciclo de gratidão e despedida, uma análise honesta sobre aqueles que decidiram sair da nossa vida pode revelar um aspecto valioso.
Agradecer por quem saiu pode parecer contra-intuitivo, afinal, geralmente, expressamos gratidão por aquilo que recebemos. No entanto, há uma beleza única naqueles que decidiram se distanciar de nós. Não apenas porque não acrescentaram algo significativo, mas, mais importante, porque proporcionaram o presente da ausência.
Cada pessoa que cruzou nosso caminho trouxe consigo uma bagagem única de lições, mas nem todas permaneceram para contribuir positivamente. Algumas delas, ao escolherem partir, nos deram o presente de um espaço vazio que, por sua vez, foi preenchido com oportunidades para crescimento pessoal.
A arte do afastamento muitas vezes é uma bênção disfarçada. O ato de nos liberar daquilo, de quem não agrega permitiu um espaço para a autenticidade florescer. Às vezes, a saída de certas pessoas é como abrir uma janela empoeirada, permitindo que o ar fresco da renovação entre. Além disso, essa partida nos ensinou a valorizar as relações verdadeiras e a investir energia em conexões que nutrem nossa alma. Agradecer por quem saiu é também honrar o espaço que merecemos ocupar, livre de relações tóxicas ou desnecessárias.
Em um mundo onde a conexão muitas vezes é enaltecida, reconhecer a importância do distanciamento se tornou um ato de autoamor. Ao expressar gratidão por aqueles que se foram, celebramos não apenas os que ficam, mas também o espaço sagrado que criaram para novas possibilidades. Assim, encerramos o ano com um coração grato não apenas pelo que recebemos, mas também pelo que foi retirado. Agradeçamos àqueles que, ao saírem da nossa vida, nos proporcionaram a oportunidade de descobrir mais sobre nós mesmos e nos guiaram na direção da autenticidade e crescimento pessoal.
Que 2024 traga mais aprendizados, relações genuínas e a sabedoria para acolher tanto as chegadas quanto as partidas.