Por Lameck Valentim
Que nunca falte linha para bordar nossos sonhos, nem o fio que entrelace o desejo e a coragem de sermos quem queremos ser. Que a trama seja firme, mas suave, capaz de desenhar com delicadeza os abraços apertados, os beijos prolongados e o carinho que aquece as noites e dias. É nesse entrelaçar sutil que criamos nosso próprio tecido de alegria, onde cada ponto e cada nó revela os segredos de uma felicidade que vai além dos instantes.
Que o entusiasmo nunca se vá, mesmo quando as cores do cotidiano parecerem perder o brilho. Que haja sempre, em nós, um toque de esperança, um vestígio de luz pronto para acender nossa vontade de ser feliz, de tentar mais uma vez. E que, nas horas que deslizam silenciosas, possamos enxergar as pequenas alegrias que a vida vai tecendo – uma brisa suave que nos toca, uma palavra amiga que chega sem ser esperada, o silêncio que, por vezes, é o maior dos confortos, um sorriso ao acaso que ilumina nosso dia.
Que a felicidade dance entre as dobras dos nossos dias, encontrando abrigo nas entrelinhas dos momentos mais simples. Que em cada brecha, cada nova chance, a gente perceba a beleza escondida nas coisas singelas e corriqueiras. Que saibamos acolher cada amanhecer com o coração aberto, como quem recebe um presente, e que, no aconchego do anoitecer, possamos agradecer pelo tecido que formamos ao longo do dia, feito de lembranças, conquistas, até mesmo dos tropeços que nos ensinaram algo novo.
E assim, de brecha em brecha, de ponto em ponto, vamos bordando a nossa história. Não é preciso grandes feitos, mas sim paciência e gratidão, como quem observa uma linha que, aos poucos, transforma-se em algo maior, cheio de significados. Que possamos, então, bordar nossos dias com amor, como quem desenha no ar o mapa de sua própria felicidade, sabendo que o fio que usamos é tão eterno quanto a vontade de ser feliz.